Para começar,
À Camões - Manuel Bandeira
Quando n’alma pesar de tua raça
A névoa da apagada e vil tristeza,
Busque ela sempre a glória que não passa,
Em teu poema de heroísmo e de beleza.
A névoa da apagada e vil tristeza,
Busque ela sempre a glória que não passa,
Em teu poema de heroísmo e de beleza.
Gênio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa.
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa.
E enquanto o fero canto ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente,
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente,
Não morrerá, sem poetas nem soldados,
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.
Manuel Bandeira, apesar ter ficado mais conhecido por sua fase modernista, também teve poemas simbolistas. Já no modernismo, quando já renomado, um aprendiz de poeta mostrou um poema modernista para sua apreciação. Manuel Bandeira respondeu que alguém que nunca tivesse escrito um soneto na forma clássica, não poderia ser considerado poeta. Além disso, esse poema em específico, fala de um outro grande poeta, um dos maiores, Camões.