sexta-feira, 28 de setembro de 2012

À Camões

Rosas de letras é meu tributo à magnífica literatura luso-brasileira. A princípio, me proponho postar pelo menos alguma coisa a cada 3 dias. Com ou sem comentários, entre contos, poemas e um ou outro trecho de romance... Além disso, vou tentar equalizar entre brasileiros e portugueses. E vou procurar falar alguma coisa sobre a obra, o autor ou época ou algo relacionado.
Para começar, 

À Camões - Manuel Bandeira

Quando n’alma pesar de tua raça
A névoa da apagada e vil tristeza,
Busque ela sempre a glória que não passa,
Em teu poema de heroísmo e de beleza.
Gênio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
O amor da grande pátria portuguesa.
E enquanto o fero canto ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente,
Não morrerá, sem poetas nem soldados,
A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.


Manuel Bandeira, apesar ter ficado mais conhecido por sua fase modernista, também teve poemas simbolistas. Já no modernismo, quando já renomado, um aprendiz de poeta mostrou um poema modernista para sua apreciação. Manuel Bandeira respondeu que alguém que nunca tivesse escrito um soneto na forma clássica, não poderia ser considerado poeta. Além disso, esse poema em específico, fala de um outro grande poeta, um dos maiores, Camões.