Como diz Glauco Mattoso no seu excelente blog de coletânea de sonetos, http://www.elsonfroes.com.br/sonetario/nsonetario.htm : "Ao longo de nossa história literária o soneto tem sido usado, com vantagem, para exercer a mesma função epigramática da trova ou da glosa decimal. Tanto na sátira política quanto na crônica de costumes ou na caricatura pessoal, o soneto é espaço mais propício ao retoque de um retrato psicológico ou social, no qual se patenteie simultaneamente a
perícia do fotógrafo. Quem assina o flagrante pode não ser poeta consagrado; pode até ser consagrado noutro departamento intelectual: mas o potencial crítico dum soneto certeiro terá validade permanente. Desnecessário lembrar que, apesar de ter sua relevância subestimada pela análise literária dita "séria", o gênero satírico é intrínseco à poesia desde seus primórdios. Basta citar, no caso brasileiro, Gregório de
Matos, a cujo verbete remeto o leitor. Neste espaço juntei alguns exemplos de sonetos satíricos além daqueles que se encontram nos verbetes mais renomados, como os do próprio Gregório, de Emílio de Meneses ou de Juó Bananére."
Sobre um playboy, versejou o comediógrafo Artur Azevedo:
TERTULIANO, O PASPALHÃO
Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de ouvir um bom conselho,
Tipo que, morto, não faria falta;
Lá um dia deixou de andar à malta
E, indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala, diante de um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:
— Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se te faz preciso?
Penetrando na sala, o pai sisudo,
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: — Juízo!
É excelente que estas preciosidades sejam preservadas! Parabéns e obrigado.
ResponderExcluir[costumava ouví-la do meu mestre de Português, em 1.963...]
Uma poesia que,entre outras,fez parte do meu aprendizado nas aulas de Português na década dos anos 60.Infelizmente pouco se fala hoje em dia dessas poesias nas aulas,obras primas do nosso idioma.
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